Yitrô
 
A chegada de Yitrô, sogro de Moshê Preparativos para o recebimento da Torá
Yitrô aconselha a designação de juizes O que aconteceu no dia da Outorga da Torá
A Torá e o deserto do Sinai Os Dez Mandamentos
A Torá é oferecida às nações do mundo O Quinto Mandamento: Honrar Pai e Mãe
A mensagem de D'us: o povo judeu é escolhido como o Povo Eleito Mais mitsvot dadas aos judeus após os Dez Mandamentos
   
 
 
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Preparativos para o recebimento da Torá

Naquele dia, Moshê foi requisitado a instruir o povo a preparar-se para o recebimento da Torá. "Para escutar Minha voz, o povo deve preparar-se, submergindo num micvê". Moshê disse-lhes que evitassem a impureza, o pecado e o comportamento inadequado nos próximos três dias, para estarem puros e santos na entrega da Torá. As purificações durariam dois dias, e no terceiro, D'us lhes outorgaria a Torá.

Apesar de D'us ter designado apenas dois dias para purificação, Moshê entendera Sua verdadeira intenção - que seria correto acrescentar um terceiro dia como precaução especial. Por conseguinte, mandou o povo preparar-se por um período de três dias. Ao retornar ao povo, no anoitecer do quarto dia, disse-lhes: "Preparem-se hoje, e também no quinto e sexto dias; pois no Shabat vocês receberão a Torá."

D'us concordou com a decisão de Moshê.

Após terem pronunciado a palavra "Na'asê" (faremos) e purificarem-se por três dias, os filhos de Israel pareciam-se com anjos. Atingiram novamente o nível de Adam, o primeiro homem antes de pecar, e estavam prontos para receber a Torá.

As crianças como fiadores da Torá

D'us perguntou a Seu povo: "Quem garante que vocês cumprirão a promessa de observar a Torá?" Eles responderam: "Nossos antepassados serão nossos fiadores." D'us disse: "Até seus ancestrais necessitam de garantia. Quando prometi a Avraham a terra de Israel, ele também perguntou como poderia ter certeza de que esta promessa seria cumprida. Portanto, não posso aceitar a fiança de seus ancestrais apenas." Os judeus então prometeram que seus filhos e os filhos de seus filhos assegurariam o cumprimento da Torá e das mitsvot.

Trouxeram suas esposas e filhos e prometeram a D'us, naquele momento e lugar, ensinar a Torá a seus filhos e às sucessivas gerações, estudar e revisar o que está escrito nela de dia e de noite, para todo o sempre.

D'us cura os enfermos

Antes da Outorga da Torá, D'us curou todos os defeitos do povo judeu.

Um homem rico queria casar seu filho, mas não gostava do salão de festas da vizinhança. Alguns equipamentos estavam quebrados, as cortinas velhas, o papel de parede desbotado, e o teto também não estava perfeito. "Este salão não é adequado a um casamento tão grandioso como será o do meu filho," pensou.

"O que eu tenho a fazer é consertar este salão antigo, e remobiliá-lo." Contratou um empreiteiro, que trouxe um grupo de marceneiros, pedreiros e pintores. Consertaram e pintaram o teto, colocaram papel de parede novo, trocaram as cortinas; consertaram e reformaram tudo o que estava quebrado. No dia do casamento, o salão parecia glorioso - ninguém acreditaria que fosse o mesmo velho salão!

Assim, D'us examinou os israelitas que saíram do Egito, e achou-os imperfeitos. Alguns deles eram coxos, cegos, ou defeituosos de alguma outra maneira. Disse D'us: "Como posso dar Minha Torá perfeita a uma nação que é imperfeita? Eu curarei este povo!"

D'us então curou todos os cegos, fato que se infere do versículo que diz que na Outorga da Torá "todo o povo viu". Ele curou os surdos, como está escrito que todos responderam "tudo o que D'us disser faremos e ouviremos".

Os coxos também foram curados, como está escrito: "e eles ficaram de pé aos pés da montanha." Deste modo, D'us também curou-os de todas as deficiências.

Todos teriam de estar de posse perfeita de todas as suas faculdades, para aceitar perfeitamente a Torá, pois se alguns deles não vissem ou não ouvissem a Shechiná, a experiência da Outorga da Torá não seria completa.

Os anjos não querem ceder a Torá ao Homem

Os anjos perceberam que Moshê levaria a Torá aos judeus e choraram porque teriam então de separar-se dela. D'us disse a Moshê: "Vá e argumente com os anjos. Prove que eles não tem necessidade da Torá nem motivo para lamentar que ela lhes esteja sendo tirada." Moshê se encheu de coragem e começou: "Tudo que está escrito na Torá não se destina a vocês. O que diz a Torá? 'Eu sou D'us teu D'us, Que te tirei da terra do Egito.' Acaso vocês foram escravos no Egito? D'us os tirou de lá? A Torá também diz: 'Não terá deuses estranhos diante de Mim.' Acaso vocês adoram ídolos feitos pelo homem? A mitsvá do Shabat encontra-se na Torá. Vocês trabalham a semana inteira para precisarem de descanso no Shabat? E quanto ao restante das proibições da Torá: não matarás, não roubarás, não cobiçarás o que pertence ao próximo... Vocês têm uma má inclinação que os leva a transgredir estas proibições? Se não, de que lhes serve a Torá? Vocês não podem observar seus preceitos positivos nem os proibitivos!"

Depois de ouvir o argumentos de Moshê, os anjos responderam simultaneamente: "Você está certo, Moshê, assim como são certos os atos de D'us."

A escolha do Monte Sinai

Quando D'us escolheu a montanha sobre a qual daria a Torá, irrompeu uma discussão entre as montanhas. Cada uma insistia: "a Torá deve ser dada sobre mim!" O Monte Tavor e o Monte Carmel clamaram: "Sou eu que D'us quer!" D'us, contudo, rejeitou-os, dizendo: "Montanhas, por que discutem? Todas têm defeitos. Ídolos foram erguidos no topo de cada uma. O monte Sinai é baixo, e por isso nunca serviu como local de idolatria. Portanto, é merecedor de receber a Shechiná.

Em conseqüência, D'us desceu sobre o Monte Sinai.

 
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