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Baseado
em discurso do Lubavitcher Rebe
Adaptado de Di Yiddishe Heim
Durante as Três
Semanas, entre 17 de Tamuz e 9 de Av, todos os judeus choram a destruição
do Bet Hamicdash e o subseqüente exílio.
O Talmud (Bavá Batrá, 99a) afirma, com referência
aos querubins (figuras aladas com rostos de crianças) no Tabernáculo
e no Templo Sagrado, que quando os judeus obedeciam à vontade de
D’us, os querubins encaravam um ao outro. Contudo, quando os judeus
desobedeciam à vontade de D’us, os querubins, como que por
milagre, olhavam para lados opostos.
O Midrash declara
que quando os inimigos adentraram o Santo dos Santos, o local mais sagrado
do Templo, encontraram os querubins olhando um para o outro. Imediatamente,
enviaram os querubins para todas as nações com a nota: "Vide
o que esta nação adora!"
Mais uma vez nos defrontamos com uma aparente contradição.
Quando o Templo Sagrado foi profanado e destruído –resultado
da falta de empenho dos judeus no estudo e cumprimento das Leis Divinas
da Torá – com certeza não era uma época de
boa vontade Divina. Por que, então, estavam os querubins olhando
um para o outro neste momento?
Para responder esta questão, devemos primeiro entender o conceito
chassídico do propósito e significado do exílio.
D’us considera
valioso suportarmos um exílio temporário – e uma ruptura
externa nos relacionamentos – para que, afinal, sejamos capazes
de absorver a grande revelação que acompanha a Redenção
futura do povo judeu.
Ao analisar a seqüência de fatos do exílio, percebemos
que o exílio não apenas nos ajuda a nos refinar, como também
traz em si um significado profundo. Se todo o propósito do exílio
fosse apenas remover as manchas da transgressão, seu desenvolvimento
teria tomado uma direção contrária. Uma vez que estes
pecados são gradualmente obscurecidos pelo sofrimento, deixando
menos para ser perdoado, o exílio se tornaria progressivamente
mais brando e fácil de suportar.
D’us
considera valioso suportarmos um exílio temporário
– e uma ruptura externa nos relacionamentos – para
que, afinal, sejamos capazes de absorver a grande revelação
que acompanha a Redenção futura do povo judeu.
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Na verdade, contudo,
descobrimos que o oposto é verdadeiro. Percebemos, com o passar
do tempo, que houve um contínuo aumento na intensidade do exílio.
Além do sofrimento físico e aflição, tem havido
uma contínua diminuição na revelação
Divina. Primeiro, a revelação e iluminação
espirituais vieram através dos Tanaím – os sábios
e gigantes espirituais do período da Mishná; mais tarde
dos Amoraím – do período da Guemará. De geração
em geração houve maior ocultação das forças
Divinas até que hoje – quando, segundo os profetas, devemos
esperar a Redenção – não há, em comparação,
quase nenhuma revelação.
Este padrão de desenvolvimento na história do exílio
deve ser visto como uma parte mais ampla do plano Divino no relacionamento
entre D’us e Seu povo, cuja meta suprema é a revelação
de uma nova "luz" e a máxima iluminação
espiritual. À medida que a época da vinda de Mashiach se
aproxima, o exílio continua a crescer em força.
Agora podemos compreender a afirmação do Midrash de que
os não-judeus, ao adentrarem o Santo dos Santos, encontraram os
querubins olhando um para o outro. Era o desejo de D’us que os judeus
coletivamente construíssem para Ele um Santuário, onde Seu
poder infinito, santidade e glória estivessem em estado de constante
revelação. (É claro, cada judeu recebe individualmente
a mais importante missão, de fazer de seu próprio corpo
e de seu próprio lar um santuário para a Presença
Divina, por meio do estudo de Torá e cumprimento das mitsvot.)
A câmara interna do Santuário, por ser o lugar mais sagrado
do Universo, onde a própria essência de D’us Se manifestava,
refletiria os mais recônditos sentimentos e intenções,
por assim dizer, de D’us. Uma vez que a destruição
do Templo Sagrado e subseqüente exílio eram, essencialmente,
um prelúdio para revelações maiores, os querubins,
que retratavam o "humor" Divino, olhavam um para o outro, salientando
o fato de que o exílio subseqüente era realmente resultado
da benevolência e boa vontade Divinas.
Estas idéias devem permanecer em nossa mente e ser aplicadas a
nossas atitudes diárias.
Apesar do fato de que o exílio aumentou em força, até
que atualmente o mundo é amplamente dominado pelo materialismo
(um dos aspectos da Era pré-Messiânica, como previsto pela
Mishná, Sotá, 9:15), não devemos nos alarmar, sabendo
que a "escuridão" intensificada é causada por
nossa aproximação da "luz" da Redenção.
Veja mais:
Tishá
be Av e as Três Semanas |