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Alívio para a ansiedade - parte 35 | ||
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Merecendo a misericórdia Mencionamos várias vezes a necessidade para o indivíduo que procura a terapia de sentir-se envolvido pela misericórdia de D'us. O segredo para obter este sentimento está descrito no seguinte versículo do livro de Provérbios (28:13): "Aquele que oculta suas transgressões não terá sucesso. Mas aquele que as admite e abandona, receberá misericórdia." Sentir a misericórdia de D'us depende portanto de admitir os erros, sentir remorso por tê-los cometido, e resolver não repeti-los (os dois últimos requisitos estão contidos na idéia de abandono). Este triplo processo de mudança é conhecido no judaísmo como "teshuvá", tipicamente mal traduzido como arrependimento mas significando mais precisamente retorno, tanto para D'us e a uma visão mais nobre de si mesmo. Através da teshuvá, a pessoa libera e se redime de seu estado atual, libertando-se dos padrões comportamentais nos quais estava previamente encerrado. Como teshuvá é um processo de crescimento espiritual, podemos comparar seus estágios com os três estágios que tipificam o processo de crescimento espiritual, como se segue: Confissão é claramente um ato de submissão, de humilhação do próprio ego. Abandonar o pecado pelo arrependimento e resolver não repeti-lo é um ato de separação. Sentir-se envolvido e apoiado pela misericórdia de D'us é a fase de suavização do processo. A própria teshuvá é um processo triplo, passando pela faceta intelectual, emocional e comportamental da consciência do homem. A pessoa deve primeiro admitir a verdade intelectualmente. Deve parar de se enganar (ou deixar-se ser enganado) a pensar que o pecado não é um pecado. Ele deve então sentir-se emocionalmente em débito para com D'us pela oportunidade de mudar. Finalmente, deve tanto reconhecer o fato de que fez algo errado e resolver não repeti-lo no futuro. O quadro geral então fica assim: Admissão da
verdade / Confissão do erro / Submissão / Intelecto Assim como a misericórdia é o atributo mais essencial de D'us, o padrão psicológico triplo de admissão, dívida e resolução de não repetir o pecado é a atitude mais básica que caracteriza a psique judaica. Dessa maneira, é habitual que as primeiras palavras que um judeu diz ao acordar pela manhã, a afirmação que serve como alicerce de sua consciência para o restante do dia, é: Eu agradecidamente reconheço, Rei vivo e eterno, que Tu restauraste minha alma para mim; Tua fé [em mim] é grande. Nesta frase, o judeu expressa todos os três sentimentos que acabamos de mencionar: ele admite a verdade a respeito do propósito da vida; que D'us é o verdadeiro governante do mundo e único árbitro do que é bom e do que é mau. Ele dá graças a D'us pelo dom da vida renovada para restaurar-lhe a alma. E ele confessa sua culpa por não corresponder ao seu potencial, reconhecendo a confiança de D'us de que ele fará melhor hoje, apesar das falhas de ontem. |
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