Todo ser humano na
face da terra é descendente de um homem. A Bíblia assim
o diz, e até existe alguma evidência genética para
apoiar esta afirmação. Porém o que mais preocupava
os Sábios do Talmud sobre este fenômeno era: o que isso significa?
Qual sua relevância prática para o modo como levamos nossa
vida?
O Talmud oferece diversos
pontos de vista. O primeiro, e mais óbvio, é a lição
que todo e qualquer indivíduo tem igual valor: "todo homem foi
criado igual" não é apenas uma convicção,
mas um fato. Como declara o Talmud: "Nenhum homem pode dizer a seu próximo:
'Meu ancestral era mais importante que o seu.'"
O segundo fala do
valor da vida. "Aquele que destrói uma única vida, é
como se destruísse o mundo inteiro; e aquele que preserva uma única
vida, é como se preservasse o mundo inteiro."
Em terceiro lugar,
vem uma reflexão sobre a singularidade do Criador. Em quarto, há
uma demonstração da infinita diversidade latente naquela
singularidade (todo ser humano é descendente de uma pessoa, porém
não existem duas pessoas exatamente iguais!).
Finalmente, há
uma profunda lição no poder do indivíduo. Nas palavras
do Talmud, "Todo homem é obrigado a dizer: Por minha causa o mundo
foi criado." Como declara a Torá, D'us passou seis dias fazendo
um universo, criando o físico e o espiritual, tempo e espaço,
matéria e energia, água e terra, estrelas e árvores
e animais - e então criou um único ser humano (subseqüentemente
dividido em metades, masculina e feminina) e disse a ele/ela: "Tudo isso
é para te servir."
Aquele homem - chamado
Adam, "homem" - é todo homem. Um plano finito tem apenas um centro;
em um plano infinito, cada ponto é seu centro. Neste mundo de infinito
potencial que D'us criou, todo e cada um de nós é o próprio
centro: o foco de Sua criação, a força que o leva
à realização.
Todos nós acabamos
de testemunhar, com tremenda clareza, o poder do indivíduo. Como
uma única pessoa, armada somente com pouco mais que profunda determinação,
pode destruir as vidas de milhares de outros, e provocar o caos nas vidas
de milhões. Mas a Torá nos assegura que o poder de fazer
o bem é infinitamente maior.
Todo homem é
obrigado a dizer: "Por minha causa o mundo foi criado."
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