Por que temos filhos
   
 
 
 

Em certo ponto da vida, começamos a entender que, embora possamos ter escolhido trazer filhos ao mundo, esta não foi uma "escolha" que fizemos - pelo menos não no sentido convencional da palavra.

Começamos a perceber que, embora possamos ter nos tornado pais porque assim o quisemos, não poderíamos querer de outra forma. Que algo muito profundo e verdadeiro dentro de nós nos compeliu, embora possa ser errado afirmar que "fomos compelidos", pois a força compulsora não é outra senão nosso "eu" mais profundo.

Ter filhos é um ato de fé. Uma fé em que o mundo de alguma forma será bom. Fé que durante a vida de nossos filhos o mundo será um lugar melhor que é agora. Como sabemos disso, quando existe tanta evidência em contrário? Apenas sabemos.

Ter filhos é um ato de confiança. Confiança n'Aquele que cria e sustém o mundo, renovando-o a cada momento, que Ele fornecerá o necessário para sustentar mais um parceiro para Seu grande plano. Quem poderia ter um filho se primeiro tivesse de provar que poderia "dar-se ao luxo" disso? Se para ser pai ou mãe fosse requerida uma licença, como para dirigir um veículo motorizado ou para ser advogado, quem passaria no teste? Mesmo assim, de alguma forma sabemos que, se trouxermos uma criança ao mundo, D'us fornecerá os recursos para alimentar seu corpo e sua alma. Assim como Ele fez para nossos pais, que talvez não fossem pior, mas muito provavelmente também não melhor, equipados para esta tarefa que nós o somos.

Assim, ter filhos é o supremo ato de auto-afirmação. É como dizer: Eu sou, e continuarei a ser. Para sempre.

     
   
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