Um Diamante é um Diamante é um Diamante...
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  Por Benyamin Bresinger  
 

Em Yom Kipur pedimos perdão por aquilo que fizemos; não por quem somos. Nossos pecados e nossa Insensatez Auto-Imposta são as ações que se interpõem entre D'us e nós. Existem certas coisas sobre nossa personalidade que provocam comportamento auto-destrutivo. O Talmud afirma que a única maneira de podermos fazer algo contrário à vontade de D'us é porque estamos sob a influência de um estado de “tolice” ou “insensatez”.

No decorrer do ano fizemos muitas coisas que fizeram a sujeira se acumular na nossa preciosa alma. O desafio é comunicar isto ao viciado em conflito: que a sujeira é adquirida e não aquilo que nos define. Podemos estar sujos, mas não somos sujos!

Transmitir essa mensagem às pessoas com quem trabalho, pessoas que sofrem com vícios, não é apenas um desafio – mas é o maior desafio. Há tanta auto-depreciação que eles acham impossível acreditar que D'us deseja um relacionamento novo e íntimo. Os viciados geralmente são repletos de vergonha e culpa. A culpa é saudável e necessária para que ocorra o processo de recuperação. Vergonha é diferente. Não é um arrependimento por algo que fizemos; é um arrependimento de quem eu sou. “Eu não presto” vs. “aquilo que fiz no passado é errado”. A diferença é que nossas falhas de caráter não podem definir quem somos intrinsecamente.

A essência de quem somos permanece inalterada; precisa ser espanada para tirar o pó. E é isso que Yom Kipur faz. É o polimento anual da alma. A alma, como o diamante, sempre continua sendo preciosa.

Recuperar-se do vício inclui ser capaz de ver corretamente quem somos. É o raciocínio distorcido que pode fazer a pessoa continuar a usar. Um dos pensamentos perigosos é aquele de “eu sou mau”. Esse raciocínio tem vida própria. É a chamada de vergonha baseada na auto=percepção. “Eu vejo a mim mesmo como vejo as minhas ações e ponto final. Mas na realidade, sou muito mais que as minhas ações e meu discurso – e até mesmo mais que os meus pensamentos.”

Preciso ser dono da minha própria sujeira. Preciso repassar todas as ações que precisam de limpeza. Preciso também enxergar-me como um diamante. Meus defeitos de caráter são adquiridos; eles não são eu.

Em Yom Kipur nos colocamos perante D'us. Olhamos corretamente para nós mesmos; arrependemo-nos e nos comprometemos a um futuro positivo. Nosso Criador agora nos abraça como somente um pai pode abraçar um filho.

Nossa verdadeira essência brilha. Os anjos dançam, e o mundo se rejubila. E, finalmente, sinto-me bem sendo quem sou: eu mesmo.

     
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