Os Doze Meses

 
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  Por Maurice Lamm
 

O período de 12 meses conclui integralmente o luto para quem perdeu os pais, assim como 30 dias concluem o luto por outros parentes. Deve-se notar que a contagem dos 12 meses não segue as regras usadas na contagem de shivá e shloshim.

Veja as diferenças a seguir:

1 – Ao contar os 12 meses não seguimos o princípio de que uma porção do dia é igual a um dia completo e que, portanto, uma porção do mês é igual a um mês inteiro. Devemos contar os doze meses completos.

2 – A contagem dos 12 meses começa a partir do dia da morte, não como na contagem de shivá, a partir do dia do enterro. Assim, alguém que faleceu no primeiro dia do mês hebraico de Tevet é pranteado até o final do primeiro dia de Tevet do ano seguinte. Se a morte ocorreu no segundo dia, o luto inclui o segundo dia do ano seguinte, e assim por diante.

3 – A duração das observâncias do luto são de 12 meses. Assim, num ano bissexto, quando o Calendário Judaico acrescenta um mês inteiro, chamado Adar Sheni, somente 12 meses são observados, mas não o décimo terceiro que é acrescentado para tornar o ano bissexto. Isso se aplica a todas as observâncias do luto, exceto para o cadish, que é recitado somente até os 11 meses.

Relação das Leis e Costumes para um ano


1 – O corte de cabelo, tecnicamente proibido por 12 meses, é permitido quando ocorrer reprovação social, isto é, criticarem seu comprimento ou sua aparência, após o shloshim, como indicado acima.

2– Da mesma forma, usar roupas novas é permitido no caso de "reprovação social" após o shloshim, e após ter sido usada por um curto período de tempo por outras pessoas, embora tecnicamente seja um período de observância de 12 meses.

3 – O enlutado deve mudar seu assento usual na sinagoga na hora da prece. No Shabat ele pode sentar no lugar de costume.

4 – O enlutado deveria, em geral, prestar atenção a questões educativas, de caridade e religiosas pois estas, dizem os Sábios, são os tributos mais eloqüentes aos ensinamentos do parente falecido. Assim, é costume que o enlutado estude uma porção de Torá antes ou após os serviços diários. Ele deveria também aprender a liderar todo, ou parte, dos serviços da congregação.

5 – Não deverá receber presentes se estiver de luto por seus pais, mas poderá recebê-los caso esteja de luto por outros parentes.

6 – Luto pela perda de um dos pais continua, até o final de doze meses. A obrigação dos filhos para com os pais é expandida por causa do mandamento na Tora: "Honra teu pai e tua mãe", que aplica-se mesmo após o falecimento deles.

7 – Ele não pode comparecer a um evento onde haja música. Pode comparecer a um brit milá ou a um serviço pidyon haben, mas não à refeição de comemoração. Casamentos e outras festas, somente poderão participar ao término deste período, caso esteja de luto por seus pais.

8 – Após a recitação do cadish pelo período de 11 meses e o fim do período de luto de um ano, a memória do falecido deverá ser santificada com prece, tehilim e recitação do Cadish durante todos os anos de seu Yahrtzeit, (data do aniversário de seu falecimento) bem como acendendo-se uma chama dedicada à sua memória.

9 – O estudo da Torá e a realização de obras beneficentes em nome da pessoa falecida enaltecem sua neshamá, (alma judia) e é o maior tributo que se pode prestar à sua memória e à ascenção de sua alma aos vários estágios que atinge nos céus a cada ano, após seu falecimento.

 

 

 
   
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