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O período de 12 meses
conclui integralmente o luto para quem perdeu os pais, assim como 30 dias
concluem o luto por outros parentes. Deve-se notar que a contagem dos
12 meses não segue as regras usadas na contagem de shivá
e shloshim.
Veja as diferenças a seguir:
1 – Ao contar os 12 meses não seguimos o princípio
de que uma porção do dia é igual a um dia completo
e que, portanto, uma porção do mês é igual
a um mês inteiro. Devemos contar os doze meses completos.
2 – A contagem dos 12 meses começa a partir do dia da morte,
não como na contagem de shivá, a partir do dia do enterro.
Assim, alguém que faleceu no primeiro dia do mês hebraico
de Tevet é pranteado até o final do primeiro dia de Tevet
do ano seguinte. Se a morte ocorreu no segundo dia, o luto inclui o segundo
dia do ano seguinte, e assim por diante.
3 – A duração das observâncias do luto são
de 12 meses. Assim, num ano bissexto, quando o Calendário Judaico
acrescenta um mês inteiro, chamado Adar Sheni, somente 12 meses
são observados, mas não o décimo terceiro que é
acrescentado para tornar o ano bissexto. Isso se aplica a todas as observâncias
do luto, exceto para o cadish, que é recitado somente até
os 11 meses.
Relação das Leis e Costumes para um ano
1 – O corte de cabelo, tecnicamente proibido por 12 meses, é
permitido quando ocorrer reprovação social, isto é,
criticarem seu comprimento ou sua aparência, após o shloshim,
como indicado acima.
2– Da mesma forma, usar roupas novas é permitido no caso
de "reprovação social" após o shloshim,
e após ter sido usada por um curto período de tempo por
outras pessoas, embora tecnicamente seja um período de observância
de 12 meses.
3 – O enlutado deve mudar seu assento usual na sinagoga na hora
da prece. No Shabat ele pode sentar no lugar de costume.
4 – O enlutado deveria, em geral, prestar atenção
a questões educativas, de caridade e religiosas pois estas, dizem
os Sábios, são os tributos mais eloqüentes aos ensinamentos
do parente falecido. Assim, é costume que o enlutado estude uma
porção de Torá antes ou após os serviços
diários. Ele deveria também aprender a liderar todo, ou
parte, dos serviços da congregação.
5 – Não deverá receber presentes se estiver de luto
por seus pais, mas poderá recebê-los caso esteja de luto
por outros parentes.
6 – Luto pela perda de um dos pais continua, até o final
de doze meses. A obrigação dos filhos para com os pais é
expandida por causa do mandamento na Tora: "Honra teu pai e tua mãe",
que aplica-se mesmo após o falecimento deles.
7 – Ele não pode comparecer a um evento onde haja música.
Pode comparecer a um brit milá ou a um serviço pidyon haben,
mas não à refeição de comemoração.
Casamentos e outras festas, somente poderão participar ao término
deste período, caso esteja de luto por seus pais.
8 – Após a recitação do cadish pelo período
de 11 meses e o fim do período de luto de um ano, a memória
do falecido deverá ser santificada com prece, tehilim e recitação
do Cadish durante todos os anos de seu Yahrtzeit, (data do aniversário
de seu falecimento) bem como acendendo-se uma chama dedicada à
sua memória.
9 – O estudo da Torá e a realização de obras
beneficentes em nome da pessoa falecida enaltecem sua neshamá,
(alma judia) e é o maior tributo que se pode prestar à sua
memória e à ascenção de sua alma aos vários
estágios que atinge nos céus a cada ano, após seu
falecimento. |