|
1.
Consiste em uma grande mitsvá honrar o falecido, homem ou mulher,
com discursos à sua altura. Deve-se pedir para alguém competente
para fazer um hesped digno. Esta mitsvá cabe aos enlutados e parentes,
principalmente dos herdeiros do falecido. Costuma-se honrar os rabinos
presentes para falar o hesped, sendo que os enlutados não devem
impedi-los, salvo se não for alguém digno, para não
diminuir a honra do falecido. Caso o falecido tenha solicitado em vida
que não se fale um hesped em sua homenagem, sua vontade deve ser
cumprida.
2. O hesped deve ser pronunciado de preferência diante do falecido,
podendo ser dito também após o enterro, durante a shivá,
ou durante o ano. Deve- se fazer o hesped ao chegar a notícia do
falecimento, mesmo após ter passado vários dias após
o enterro. Não se faz o hesped após 12 meses do falecimento.
3. Nestes discursos, chamados de hesped, o falecido deve ser lembrado
citando seus bons atos. Deve ser falado em voz alta, e sobre algo que
quebre os corações dos presentes, para despertar o pesar
e o choro. Todo aquele que derrama lágrimas sobre uma pessoa justa,
D’us as conta e guarda em seu tesouro Celestial. Por outro lado,
todo aquele que tem desleixo e preguiça e não faz um hesped
a altura para uma pessoa justa, não terá longevidade.
É proibido exagerar demais nas qualidades do falecido. Todo aquele
que fala de qualidades do falecido que este não as tinha, ou que
exagera demasiadamente naquilo que ele tinha, causa um prejuízo
para si e para o falecido. Por este motivo muitas pessoas preferiam que
não fosse feito para eles um hesped. Entre os chassidim costuma-se
evitar o hesped. pois temos certeza que não era este o desejo do
falecido.
4. Não se deve levar o corpo para dentro da sinagoga ou de um beit
midrash (casa de estudos, onde também se reza) pois isto é
proibido e causa prejuízo ao falecido, salvo se o falecido for
um sábio e um grande conhecedor da Torá. Neste caso, deve-se
levar seu corpo para ser velado na sinagoga.
5. Em certos dias festivos é proibido falar o hesped, para não
diminuir a alegria da data. A seguir a lista destes dias: Rosh Chodesh,
todo o mês de nissan, Pêssach Sheni, Lag Baomer, Chanucá,
Purim e Shushan Purim, Purim Catan e Shushan Purim Catan, Isru chag (no
dia posterior a Shavuot e Simchat Torá), entre Yom Kipur e Sucot,
Tu Bishvat, 15 de Av, véspera de shabat e Yom Tov após meio
dia, véspera de Yom Kipur, mesmo antes do meio dia. Nestes dias
porém pode-se fazer um hesped para um erudito, conhecedor da Torá,
somente perante o corpo.
6. A seguir a lista dos dias que não se pode falar o hesped mesmo
sobre um erudito: Shabat, Yom Tov (1º e 2º dias) e chol hamoed.
7. Deve-se evitar falar o hesped nos trinta dias próximo de um
Yom Tov, se o falecimento ocorreu antes destes trinta dias.
|