Sobre o Yahrtzeit de uma Filha

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  Por Tzvi Freeman
 

Pergunta:
Há cerca de um ano, perdi minha filha. Vejo o mundo se movendo enquanto sou deixada para trás na lembrança dela e do que poderia ter sido. Agora está se aproximando o primeiro yahrtzeit. O que isso deveria significar para mim? De onde arrumo forças a partir daqui?

Resposta:
Um primeiro yahrtzeit são duas coisas:

É um tempo em que a alma do falecido se eleva a um local ainda mais alto – e pode fazer o melhor com a ajuda daqueles que deixou para trás neste mundo. É um tempo de encerramento, quando o período de luto deve parar, quando a vida neste mundo deve seguir em frente. Deve prosseguir, porque assim como um rio deve correr constantemente corrente abaixo para escapar da estagnação, também um ser humano deve sempre crescer. Ficar parado é permitir que os eventos deste mundo ditem como você deve sentir-se, quando pode celebrar e quando deve continuar a prantear – até que a própria vida fique restrita a rodar o perpétuo moinho do luto, o futuro jamais superado pelo passado.

Crescer é dizer: “Já fiz a jornada, já estive ali com todo o meu coração, corpo e alma. Agora deixe-me continuar corrente abaixo e descobrir que maravilhas a vida ainda contém.”

Afinal, por que pranteamos a morte, se a vida não fosse tão preciosa? E você é uma mulher jovem com tanta vida a dar, nutrir, a celebrar e receber nachas. Esta vida como ---------- acontece somente uma vez. Não perca a oportunidade de ser ---------.

A vida é para a eternidade, este mundo é apenas um momento fugaz. Porém, para este momento tudo foi criado.

Desejando a você muita alegria na vida e muito nachas de todos os seus filhos,

Rabino Tzvi Freeman

Comentários dos leitores

Gostaria de acrescentar algo que o Rebe escreveu a uma mulher que perdeu o marido.

O amor entre duas pessoas é uma conexão do espírito que transcende o físico. O amor não vê rugas, mas sim a personalidade que está lá dentro. Porém, o corpo é o meio pelo qual a alma se expressa e se comunica com os outros. Assim, quando acontece a morte, ela pode afetar apenas o corpo físico, tornando-o impróprio para a habitação da alma. A alma em si, porém, permanece intocada e continua a sentir o mesmo amor que sempre teve por seus entes queridos e próximos. Portanto, assim como na vida, se uma pessoa fica triste o outro também é afetado, os mesmos sentimentos continuam após a morte. Somente a alma não tem mais a capacidade de comunicar seus sentimentos. Então, quanto antes a família enlutada puder aprender a levar a vida novamente, mais feliz será a alma que partiu, pois ela pode sentir a alegria e rejuvenescimento, e se sente melhor com isso.

O Rebe também aprovava a celebração do aniversário de uma criança falecida.

Rabino Yoinosson Golomb
Sheffield, UK

 

 

 
   
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